quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Injustiça contra os professores-mestres da Facape

Aqui, do Recife, de onde acompanho o restabelecimento da saúde de um dos meus filhos (receptor de um transplante de rim) e de minha esposa (doadora), tomo conhecimento de injustiça praticada contra os professores-mestres da nossa Escola: mais uma vez fomos preteridos em nossas merecidas promoções, quais sejam, as nossas ascensões de professores auxiliares para professores assistentes; um desrespeito para com aqueles que fizeram grandes sacrifícios para se capacitarem, e, por via de consequência, procuram adicionar qualidade ao ensino, à pesquisa e à extensão. Em contrapartida, o que recebemos? O silêncio do descaso; um escárnio ou uma escolha?
Parece-me que ambos, porque, em contrapartida, auto-concedem generoso aumento de gratificações para a presidência, diretorias e coordenações acadêmicas, sob a forma de um decreto municipal, no apagar das luzes do semestre 2008.02 e da própria gestão do ex-prefeito Odacy Amorim. Excetuando os protestos dos conselheiros Agnaldo Batista, Jorge Cavalcanti, Rinaldo Remígio e Relma Lúcia, contra a medida, a coisa decorreu dentro do planejado. Tudo isso, ao que se pretendeu, longe de previsíveis reações não só dos injustiçados professores-mestres (há casos de professores-mestres que lutam por essa merecida promoção há cerca de cinco anos, a exemplo da professora Anna Cristina Freire Barbosa), mas, também, das demais categorias de professores e da totalidade dos servidores da Facape. Essa justa e merecida progressão foi aprovada no Conselho Máximo da Autarquia (CONSU – Conselho Universitário) e carecia apenas da homologação do executivo, através de Decreto Municipal. Mas faltou o interesse de encaminhar e acompanhar a expedição do Decreto. E ai fica a pergunta: qual a razão do desinteresse?
O plano de cargos, salários e vencimentos, há cerca de dois anos mudando placidamente de gavetas, é coisa para as calendas gregas. Até me faz lembrar a Ilíada, de Homero; coisas de longínquas lembranças…
Afinal, o que somos? O que pretendemos ser? Uma instituição militar? Uma instituição eclesiástica? Uma mera repartição pública de distribuição de conhecimento, ou uma academia?
Negroponte (2000) aponta que, na era do conhecimento e da plenitude da inclusão digital, somente o talento humano permanecerá escasso sendo, portanto, fonte inesgotável de adição de valor e de diferenciação competitiva. Por aqui, infelizmente, as coisas desafiam essa lógica; o universo de referência é outro.
Lembro-me dos ensinamentos sobre a motivação humana, conforme aponta Reinaldo da Silva (2007): "Motivação é alguma força direcionada dentro dos indivíduos, pela qual eles tentam alcançar uma meta, a fim de preencher uma necessidade ou expectativa".
T.R. Mitchell (1982), autor comportamentalista, aponta que o desempenho é resultado de dois aspectos essenciais: a habilidade e a motivação. Se olharmos, ainda, e refletirmos sobre os ensinamentos de Maslow, Alderfer, Herzberg, McClelland, Vroom, Adms e Skinner, entre outros autores de fundo sobre a motivação organizacional, veremos que se desconhece e se descumpre as necessidades humanas de conteúdo, expectação, crescimento, equidade/iniqüidade, realização e reforço positivo… Não esquecendo dos estilos de liderança e gerenciamento estudados por Likert, da qualidade de vida no trabalho, etc.
Em suma, parece que a valorização do capital humano e das atividades fim da Facape é coisa de somenos importância, exceto nos comportados e politicamente corretos discursos proferidos por algumas das autoridades formais da nossa Escola, por ocasião das solenidades oficiais.
Mas, a nossa luta não deve se esgotar aqui. Vamos prosseguir na busca da reparação dessa injustiça.

Prof. MSc. Pedro Pereira

Nenhum comentário: